EXPANSÃO URBANA DE SANTO ESTEVÃO-BA: PROCESSOS E INFLUÊNCIAS DO CRESCIMENTO DA PERIFÉRIA

Autores

  • Leniara da Conceição Silva

DOI:

https://doi.org/10.13102/semic.v0i22.3921

Resumo

Ao longo das últimas décadas, as cidades, independente da sua grandeza, passam por processos de aumento territorial, consequentemente, ocasionados pelo crescimento da população urbana e de outros interesses, de forma, muitas vezes, desordenada. Nas cidades pequenas, em específico, o processo no qual essa realidade faz existir dar-se, principalmente, pela saída do homem do campo para a cidade, face à construção de uma nova realidade social, fruto do capitalismo, que criou modelos, modo de vida e de sociabilidade, que favorecem, então, à migração desses sujeitos. Assim, “Não há como discordar que os valores e interesses urbanos traduziram-se em costumes disseminados por quase todo território, contrapondo uma cultura diferenciada”. Contudo, esse processo pode ser compreendido de maneira mais ampla. Há uma nova condição de vida, a condição urbana. Essa condição pode gerar uma nova sociedade, a sociedade urbana, conforme Beaujeu-Garnier (1997 apud ENDLICH, 2006, p.25)
Com base nessa lógica, sobre a produção e expansão das cidades, não se pode falar em crescimento das mesmas sem que se faça um retrospecto histórico sobre a produção do espaço urbano, afinal a cidade é o produto, condição e meio para a reprodução das relações sociais. Assim, segundo Carlos (2007), a cidade é o resultado das relações socioespaciais e econômicas de uma determinada sociedade, carregadas de contradições e usos que estão alicerçadas na sua produção. Sua compreensão vai além da relação do ser social com o meio, envolve o trabalho, o espaço-tempo e a materialização da produção.
O reconhecimento dessa dinâmica, das transformações urbanas, intencionalidades econômicas e efeitos nas relações socioespaciais, tratados por Santos (1995), também incorrem nas cidades pequenas, o que fez surgir um olhar investigativo para Santo Estevão-BA. A pesquisa se baseia no estudo analítico do processo de urbanização, especialmente, as mudanças e crescimento urbano observado ao longo dos
anos na cidade, assim com também a expansão periférica e o aumento da malha urbana em uma escala de tempo, face principalmente, ao êxodo rural, que influenciaram também esse processo.
Santo Estevão é uma cidade pequena do interior da Bahia, localizada do portal do sertão, próxima 53 km da segunda maior cidade baiana, Feira de Santana. O município se estende em unidade territorial, segundo o IBGE (2010), de 362,961 km2, com população, em 2010, de 47.880 habitantes.
Santo Estevão se destaca em população e taxa de urbanização entre algumas cidades vizinhas e exerce papel de sub-centro polarizador, com destaque nas suas atividades do terciário. É essa sua funcionalidade que faz com que o centro exerça papel importante no contexto microrregional. Por isso, a expansão urbana e a materialização desse espaço influenciam no desenvolvimento da cidade, com base nas relações socioeconômicas, o que representa mudança continua na produção do espaço intraurbano e um processo de urbanização muito mais acelerado em Santo Estevão, em relação as outras pequenas cidades situadas no seu entorno.
Foi com base nessas observações supracitadas que elegeu-se como problema principal analisar quais fatores influenciaram no acelerado crescimento da cidade de Santo Estevão, focando na investigação do processo de expansão periférica da mesma; ou seja, como os fatores que influenciaram esse crescimento, a exemplo do êxodo rural, a transição econômica, o modo de vida das pessoas, assim o movimento socioeconômico e as relações que estão inseridas nessa dinâmica.

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Publicado

2019-02-04

Edição

Seção

Ciências Sociais, Humanas e Filosofia