“Constança” (1290-1313)
Uma história no feminino
DOI:
https://doi.org/10.13102/lm.v15i1.10465Resumo
“Constança” é uma narrativa de viés histórico inserida em Infantas de Portugal (1998), de Júlia Nery. Publicado pela Editorial Notícias em 1998, o livro de contos recria as biografias de quatro infantas portuguesas. O conto em análise trata da filha primogênita de Dom Dinis e de Dona Isabel de Aragão. Seu nome ganha destaque ao se tornar esposa, aos sete anos de idade, de D. Fernando IV de Leão e Castela, que contava doze anos, por meio do Tratado de Alcañices, em 12 de setembro de 1297. Nesse momento, Dom Fernando já era rei devido à morte de seu pai Sancho IV, e a regência do reino estava nas mãos de Maria de Molina, sogra de Constança. Recém-separada de seus pais, a infanta parte para o reino do marido, integrando a realeza castelhana. Com a prematura morte de Dom Fernando IV, ela se torna Rainha Consorte de Castela. O conto atribui um caráter altivo à biografia da personagem histórica, que busca impor suas vontades e desejos após a morte de seu marido, especialmente no embate com Maria de Molina. Baseado em autores como Cassoti (2009), Duby (1990) e Lourenço (2006), que oferecem suporte para a compreensão de aspectos relacionados à história ocidental e à condição feminina no período medieval, este artigo tem por objetivo destacar como a personagem histórica é relida no conto e como é impresso nesse diálogo intertextual o protagonismo feminino – aspecto que tem sido prevalente na literatura de autoria feminina contemporânea.
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