A reatualização do mito no romance contemporâneo: o mito do andrógino em Lunário de Al Berto
DOI:
https://doi.org/10.13102/lm.v15i1.11218Resumo
Neste ensaio, iremos abordar a relação existente entre mito e literatura, dando ênfase sobretudo ao tema do corpo e da identidade, partindo do mito do Andrógino em Platão para averiguar como a sua modernidade é patenteada através da sua reactualização no romance contemporâneo português Lunário (1988), da autoria de Al Berto. Para estabelecermos esta análise, seguiremos a metodologia de Northrop Frye delineada na sua Análise da Crítica (1973), a crítica arquétipo ou mitocrítica, que procura analisar o texto de acordo com os elementos de inconsciente coletivo da humanidade e que assim constituem modelos do modo de ser do Homem. A escolha de Lunário para fundamentar esta nossa intuição de um mito reatualizado poderá ser justificada pela profunda corporeidade semântica que toda a obra de Al Berto apresenta, mas que aqui se condensa numa metamorfose identitária, a qual pode pertinentemente entrar em diálogo com algumas teses fundamentais da temática, nomeadamente as de Jung (1992), Eliade (2011), Libis (1992) e Butler (2017) ou, sobretudo no que concerne ao autor escolhido, Mcgovern (2002). Nesse sentido, corpo e identidade não serão dissociáveis dado que a função do mito será aquela de criar uma universalidade do texto, e através dessas mesmas grandes questões universais, ajudar o Homem a encontrar o seu espaço, físico, no mundo.
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