Entre o vigiar e o gozar, heranças e rupturas em Dulce Maria Cardoso
DOI:
https://doi.org/10.13102/lm.v15i1.11221Resumo
A partir da noção de “corpo dócil” desenvolvida por Foucault (1975, p. 137), procuraremos analisar a forma como Violeta, a protagonista de Os Meus Sentimentos (2005), e Eliete, a personagem do romance epónimo de Dulce Maria Cardoso (Eliete, 2018) procuram romper com as correntes do passado que lhes impõem limitações, proibições ou obrigações, exercendo sobre o seu corpo diferentes formas de opressão que as impedem de viver em sintonia consigo próprias. Entre o “vigiar”, teorizado por Foucault, e o “gozar” proposto por Gayle Rubin, tentaremos reflectir sobre as modalidades e práticas subversivas erguidas contra a “fenomenologia da dominação” (DORLIN, 2008, p. 75), que orienta e determina movimentos, percepções e emoções de sujeitos e corpos femininos submetidos a um constante exercício de domesticação e predação. Através dos gestos e posturas das protagonistas de ambos os romances, veremos como se desconstroem papéis de género enraizados na tradição e se abrem espaços de insubordinação face à ordem e às heranças sentidas como repressivas e inibidoras da liberdade feminina, numa tentativa de reapropriação da mulher dona de si e do seu corpo.
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