A POESIA INSUBMISSA IMERSA NO JARDIM FECHADO DE RAQUEL NAVEIRA
DOI:
https://doi.org/10.13102/lm.v14i1.7842Resumo
A obra poética de Raquel Naveira, desde a primeira publicação em 1989, apresenta traços de uma produção literária insubmissa. Misturando temas religiosos, históricos, literários e filosóficos, a autora sul-mato-grossense vem se destacando na literatura brasileira por apresentar um novo olhar acerca das narrativas tradicionalmente difundidas segundo uma perspectiva dominante. Apresentamos a leitura de poemas de três de suas obras: Guerra entre irmãos (1993), Caraguatá (1996) e Stella Maia (2001). Os textos eleitos foram publicados em Jardim Fechado (2015), fato destacado por se tratar de uma seleção feita pela própria poeta. No intuito de demonstrar o modo como a autora delineia uma perspectiva diferenciada dos momentos históricos que tematizam as obras, ao analisar os versos, realizamos um resgate dos fatos históricos, bem como identificamos os aspectos que ilustram uma poesia insubmissa, segundo a perspectiva de Roberto Pontes (1999), em Poesia insubmissa afrobrasilusa. É intrínseca a relação entre literatura e história, construindo um percurso que se encontra no âmbito dos estudos da literatura comparada. A partir das referidas leituras, observamos o constructo de uma identidade literária híbrida que deixa transparecer as diversas influências e os inúmeros resíduos com os quais se edificam, na poética de Raquel Naveira, os traços da literatura brasileira contemporânea. Trata-se de uma voz que nasce individual e cresce coletiva, comprovando a superação do ensimesmamento e o alcance de um modo de ser insubmisso.
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