Tendência e Características da Sífilis Congênita e Materna no Rio de Janeiro: 2007-2017

Trend and Characteristics of Congenital and Maternal Syphilis in Rio de Janeiro: 2007-2017

Autores

  • Alan Messala de Aguiar Britto Instituto Nacional de Câncer
  • Paulo César Vieira da Costa Júnior Faculdade Bezerra de Araújo
  • Leandro Ferreira Lopes Landeira Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Sérgio Felipe Abreu de Britto Bastos Instituto Federal de Minas Gerais
  • Elizabeth Stankiewicz Machado Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.13102/rscdauefs.v12i2.7733

Palavras-chave:

Sífilis Congênita, Sífilis, Estudo de Série Temporal, Sistema de Informação de Agravos de Notificação

Resumo

Objetivo: Descrever o perfil das notificações de sífilis congênita (SC) e sífilis gestacional (SG) e da análise temporal das taxas de incidência no banco de dados do SINAN, no período de 2007 a 2017 no Estado do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo utilizou informações do SC-SINAN e SG-SINAN. A análise temporal testou modelos de regressão polinomial utilizando a distribuição anual da taxa de incidência. Resultados: No SC-SINAN observa-se aumento progressivo nas notificações; 93,4% eram crianças ≤ 6 dias e taxa de letalidade foi 2,4%. Das mães dos casos de SC, 46,5% foram diagnosticadas com sífilis no pré-natal e apenas 11,8% dos parceiros trataram. No SG-SINAN, as notificações cresceram, principalmente em mulheres de 20 a 30 anos, com o diagnóstico cada vez mais precoce com o passar dos anos. Houve redução na transmissão vertical. A análise temporal da taxa de incidência revela uma tendência de crescimento tanto da SC quanto SG. Conclusão: Estes dados sugerem que o aumento na detecção da SG reduziu a expansão da SC, ainda que o aumento anual no número de casos demonstre que a sífilis não está controlada, portanto medidas que garantam a assistência pré-natal, o tratamento do parceiro sexual e o treinamento em saúde deveriam ser priorizados.

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Biografia do Autor

Alan Messala de Aguiar Britto, Instituto Nacional de Câncer

Doutor, enfermeiro obstetra; Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Departamento de Enfermagem Materno-Infantil, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Pesquisador da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Hospital Universitário Gafrre e Guinle (HUGG/Ebeserh), Programa de Pós-Graduação em Infecção HIV/AIDS e Hepatites Virais, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Pós doutorando pelo Instituto Nacional de Câncer, Programa de Oncovirologia, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ), Brazil

Paulo César Vieira da Costa Júnior, Faculdade Bezerra de Araújo

Enfermeiro obstetra. Pós-graduado pela Faculdade Bezerra de Araújo, Especialização em enfermagem obstétrica, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Leandro Ferreira Lopes Landeira, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutorando pela UFRJ, Laboratório de Malformações Congênitas, Departamento de Genética, Rio de
Janeiro, RJ, Brasil

Sérgio Felipe Abreu de Britto Bastos, Instituto Federal de Minas Gerais

Professor associado Ensino Básico Técnico e Tecnólogo do Instituto Federal de Minas Gerais, São João
Evangelista, MG, Brasil. Doutorando pela UFRJ, Laboratório de Sistemas Estocásticos (LSE), Departamento de Métodos Estatísticos (DME), Rio de Janeiro, RJ, Brasil

Elizabeth Stankiewicz Machado, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Doutora, médica. Infectologista pela UFRJ, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira, Rio de Janeiro, RJ, Brasil

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Publicado

2022-10-16

Como Citar

Aguiar Britto, A. M. de, Costa Júnior, P. C. V. da, Landeira, L. F. L., Bastos, S. F. A. de B., & Machado, E. S. (2022). Tendência e Características da Sífilis Congênita e Materna no Rio de Janeiro: 2007-2017: Trend and Characteristics of Congenital and Maternal Syphilis in Rio de Janeiro: 2007-2017. Revista De Saúde Coletiva Da UEFS, 12(2), e7733. https://doi.org/10.13102/rscdauefs.v12i2.7733

Edição

Seção

Artigos
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