A AGROECOLOGIA NO SEMIÁRIDO: CAMINHO PARA A SUSTENTABILIDADE DAS ÁREAS SUSCEPTÍVEIS À DESERTIFICAÇÃO

Autores

  • Anderson de Jesus Pereira

DOI:

https://doi.org/10.13102/semic.v0i20.3135

Resumo

As discussões sobre a desertificação no Brasil remontam a década de 1970, quando Vasconcelos Sobrinho (1971) publicou a monografia Núcleos de Desertificação no Polígono das Secas (Matallo Junior, 2001). Com isso, iniciaram estudos para monitorar a desertificação em terras brasileiras, que tiveram um caráter pontual e de elucidar lacunas referentes ao processo. As pesquisas realizadas em todo o mundo evidenciaram que a desertificação é a degradação das terras dominadas pelo clima árido, semiárido e subúmido, e resultante das atividades humanas (ONU, 1997), como agropecuária, que geram instabilidades sociais, como o declínio da produtividade da terra.
No Brasil, existe preocupação em relação as atividades agropecuárias (Souza, 2006), porque a manutenção do equilíbrio clima-solo-vegetação é ameaçada por práticas e técnicas agrícolas convencionais empreendidas em um frágil ambiente. A intensa exploração ambiental ampliou a vulnerabilidade à desertificação de diversos municípios brasileiros localizados na Área Susceptível à Desertificação (ASD).
Como um processo de contraposição a ordem da agricultura convencional, alguns modos de produzir alternativos são pauta de discussão. Os debates promovem tipos de agriculturas alternativas, muitos à luz da Agroecologia. No discurso teórico sobre a Agroecologia é comum indicar a função social dela, que consiste na transição gradual e não linear de modelos de desenvolvimento rural e de agricultura convencionais para aqueles pautados na perspectiva da sustentabilidade (Caporal & Costabeber, 2000, 2002, 2004). Gliessman (2000) indicou que a Agroecologia visa a aplicação de teorias fundamentadas nos princípios da ecologia, no intuito de gerar o manejo integrado dos sistemas ambientais, os agrossistemas. Isso decorre a partir da incorporação de técnicas e tecnologias produtivas no campo de bases sustentáveis, substituindo a produção, por exemplo, agroquímica (Caporal & Costabeber, 2004), que constitui em um fator de desertificação.
Objetiva-se, por meio deste trabalho, discutir sobre a importância da Agroecologia como caminho de enfrentamento das causas e consequências da desertificação. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica para entender a teia de relações intrínsecas ao processo de degradação das terras secas, as principais práticas e técnicas engendradas na reprodução das atividades agrícolas da ASD do Brasil, os principais fatores de desertificação relacionado ao solo e algumas medidas para reverter o processo de degradação ambiental pautada na Agroecologia.

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Publicado

2018-03-13

Edição

Seção

Ciências Sociais, Humanas e Filosofia