A SÔPHROSYNÊ COMO LIBERDADE SOBRE SI: UMA INTERPRETAÇÃO FOUCAULTIANA DE ARISTÓTELES

Autores

  • Juliana Ortegosa Aggio

DOI:

https://doi.org/10.13102/ideac.v1i34.1239

Resumo

Este ensaio aventa a seguinte hipótese interpretativa: é possível defender uma concepção de liberdade do sujeito diante da sociedade e sobre si mesmo a partir de dois conceitos aristotélicos, a autarquia (autarkeia) e a temperança (sôphrosynê). Por um lado, a autarquia pressupõe o governo sobre si de modo que o sujeito tenha autonomia diante das imposições sociais, e, por outro, a temperança pressupõe o governo sobre si de modo que o sujeito não se torne escravo dos próprios prazeres e desejos. Dando foco à temperança aristotélica, argumento ser possível sustentar a interpretação de Foucault quando o mesmo sugere, em sua obra O uso dos prazeres, que o filósofo estagirita propõe uma espécie de liberdade sobre si, que vai para além do controle ou governo sobre si, com o conceito de temperança. Sem dúvida, segundo a ética aristotélica, o temperante é aquele que frui na justa medida dos prazeres porque sua razão e seu desejo estão em harmonia, ao contrário do controlado, que conflituosamente hesita entre ceder ou não ao desejo pelo prazer, mas que, por fim, consegue se controlar e não ceder.

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Publicado

2018-04-17

Edição

Seção

Dossiê