As duas grandes Guerras Mundiais, e todo um heteróclito conjunto de guerras regionais que não param de surgir e que constituem uma lista interminável de conflitos armados, fazem de nossa época um paradoxal período no qual convivem refinamento intelectual, sofisticação tecnológica, inventividade científica, brutalidade policial, violência de Estado, genocídios de todas as ordens, indiferença e desprezo com a dor humana. Este paradoxo de nosso tempo desafiou inúmeros filósofos ao longo do século vinte, entre eles Michel Foucault. Neste trabalho, sob o tema mais geral da gestão política da população, analisamos alguns nexos entre excessos de poder e luta pela vida