CARIDADE, FILANTROPIA E ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA COMO POLÍTICA DE PROTEÇÃO À CRIANÇA POBRE, ABANDONADA E ÓRFÃ

EM DIÁLOGO COM A FILOSOFIA DE PAUL RICOEUR

Autores

  • Léia Freitas UFPA

DOI:

https://doi.org/10.13102/ideac.v1i46.7867

Resumo

Trata-se de um estudo sobre os termos “caridade” e suas fases e o termo “filantropia” e seu desenvolvimento, intencionalmente no sentido de investigar as contribuições dessa discussão para a evolução das políticas de assistência e proteção à infância pobre, abandonada e órfã no Brasil. São conceitos científicos que permeiam o campo da História da Infância, produzindo representações no imaginário social dos sujeitos, demandando, portanto, leitura e interpretação discursiva sobre os efeitos dessas representações no cotidiano das políticas (RICOEUR, 1976). A metodologia utilizada foi a Pesquisa Documental, refletida à luz do referencial teórico e metodológico ricoeuriano, que entende que o uso de documentos nos ajuda a resgatar a história esquecida, consequentemente, devem ser apreciados, valorizados e interpretados a partir da matriz analítica do discurso como obra. O corpus foram as fontes escritas – Relatório Presidencial brasileiro / Mensagem ao Congresso Nacional (1970-1979) e problematiza as políticas de Assistência e Proteção à infância implantadas no Brasil na década de 1970 e sua materialização. Os resultados apontaram que as Políticas eram eugenistas e higienistas, com ações votadas para a assistência à maternidade, vacinação, erradicação de doenças e mortalidade infantil.

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Publicado

2022-12-08

Edição

Seção

Dossiê