POR UMA JUSTIÇA COM AMOR

RICOEUR E OS MEIOS CONSENSUAIS ENTRE A EQUIVALÊNCIA E A SUPERABUNDÂNCIA

Autores

  • Bruno Takahashi JFSP
  • Giulia Simokomaki

DOI:

https://doi.org/10.13102/ideac.v1i46.7870

Resumo

O artigo defende que a tensão dialética entre justiça e amor proposta por Paul Ricoeur contribui para a análise das lógicas subjacentes à justiça tradicional, de um lado, e à justiça conciliativa, de outro. Argumenta-se que a primeira, caracterizada pela decisão imposta por um terceiro (árbitro ou juiz), aproxima-se da lógica da equivalência (“dar a cada um o que é seu” ou a Regra de Ouro). Já a justiça conciliativa, na qual a decisão é consensualmente tomada pelas próprias partes em conflito (como na negociação, mediação ou conciliação), valoriza-se a lógica da superabundância (“amar os inimigos”). Dessa forma, alega-se que o reconhecimento da tensão dialética entre amor e justiça que perpassa os mecanismos de tratamento de conflitos permite identificar suas peculiaridades e, assim, proporcionar uma solução mais adequada dos casos. 

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Publicado

2022-12-08

Edição

Seção

Dossiê