“LA PAROLE EST MON ROYAUME”
SOBRE A FILOSOFIA DA LINGUAGEM DE PAUL RICŒUR
DOI:
https://doi.org/10.13102/ideac.v1i46.7900Resumo
Neste artigo, procuro reconstruir a filosofia da linguagem de Paul Ricœur. A partir da concepção de linguagem como tripla mediação, exposta no artigo “Philosophie et langage”, exponho a maneira como o autor constrói sua perspectiva sobre o fenômeno linguístico a partir de um diálogo intenso com outras disciplinas científicas e outros campos do saber. Para Ricœur, a tarefa da filosofia com vistas à linguagem consiste em reabrir o caminho – bloqueado pela linguística e pela constituição da linguagem enquanto objeto científico – da linguagem como mediação do sujeito ao mundo, do sujeito a outrem e do sujeito a si mesmo. Adicionalmente, exponho três momentos-chave de reelaboração dessa tripla mediação, a saber: o conflito das interpretações, o modelo do texto e a identidade narrativa. Com isso, trata-se de situar as reflexões de Ricœur nesse campo no qual elas raramente se veem incluídas: a filosofia da linguagem.
Downloads
Referências
BARROS DE OLIVEIRA, Rafael. “Entre philosophie et linguistique: autour de ‘Philosophie et langage’ de Paul Ricœur", Études Ricœuriennes, vol. 11, n. 1 (2020), p. 65-85.
BARROSO, Paulo. “O discurso da mediação: hermenêutica, retórica e poética em Paul Ricœur”. In: Pereira, Belmiro Fernandes; Várzeas, Maria Isabel de Oliveira (Coords.). Retórica e poética. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2021. p. 99-111.
CANUTO DE BARROS, Leonardo. “A intencionalidade do autor, segundo Paul Ricœur”. Aoristo, v. 5, n.1 (2022), p. 186-200.
CARVALHO, Helena Costa. “A identidade narrativa em Paul Ricœur: do texto poético à poética do eu”. In: Jesus, Maria Helena; Jesus, Paulo; Marcelo, Gonçalo (Eds.). A escrita do eu: a literatura como laboratório da vida. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2020, p. 147-167.
ENGEL, Pascal. “Y a-t-il eu vraiment une rencontre entre Ricœur et la philosophie analytique?”, Études Ricœuriennes, V. 5, n. 1 (2014), p. 125-141.
GAGNEBIN, Jeanne Marie, “Uma filosofia do cogito ferido: Paul Ricœur”, Estudos Avançados, v. 30, n. 11, 1997, p. 261-272.
LAUXEN, Roberto. “O alcance ontológico da fenomenologia da ação de Paul Ricœur”, Estudos Filosóficos, n. 5 (2010), p. 43-56.
MANIGLIER, Patrice. “Les choses du langage: de Saussure au structuralisme”, Figures de la psychanalyse, n. 12, v. 2 (2005), p. 27-44.
PELLAUER, David. “Ricœur’s own linguistic turn”, Études Ricœuriennes, V. 5, n. 1 (2014), p. 115-124.
PIVA, Edgar Antonio. “A questão do sujeito em Paul Ricœur”, Síntese, v. 26, n. 85 (1999), p. 205-237.
RICŒUR, Paul. De l’interprétation: essai sur Freud. Paris: Le Seuil, 1965.
RICŒUR, Paul. Du texte à l’action. Paris: Le Seuil, 1986.
RICŒUR, Paul. La mémoire, l’histoire, l’oubli. Paris: Le Seuil, 2000.
RICŒUR, Paul. “La parole est mon royaume”, Esprit, n. 2, 1955, p. 192-205.
RICŒUR, Paul. “Le conflit des herméneutiques: épistémologie des interprétations’’. Cahiers internationaux de symbolisme, vol. 1/1 (1963), p. 152-184.
RICŒUR, Paul. Le conflit des interprétations. Paris: Le Seuil, [1969] 2013.
RICŒUR, Paul. “Le symbole donne à penser”, Esprit, vol. 7-8 (1959), p. 60-76.
RICŒUR, Paul. Philosophie de la volonté, Tome II: Finitude et culpabilité, vol. 2 La symbolique du mal. Paris: Aubier, 1960.
RICŒUR, Paul. “Philosophie et langage”. Revue philosophique de la France et de l’étranger., v. 103, n. 4 (1978), p. 449-463.
RICŒUR, Paul. Soi-même comme un autre. Paris: Le Seuil, 1996.
RICŒUR, Paul. Temps et récit. Tome I. Paris: Le Seuil, 1983.
RICŒUR, Paul. Temps et récit. Tome III: Le temps raconté. Paris: Le Seuil, 1985.
VALLEE, Marc-Antoine. “Quelle sorte d’être est le soi? Les implications ontologiques d’une herméneutique du soi”, Études Ricœuriennes, v. 1, n. 1 (2010), p. 34-44.