CAIXA-PRETA DA NAU FILOSÓFICA
A FICÇÃO CIENTÍFICA COMO FOTOGRAFIA DESCRITIVA
DOI:
https://doi.org/10.13102/ideac.v1i49.10260Resumo
Esse artigo tem como objetivo contribuir para reflexões sobre o papel e os alcances da ficção científica na popularização de conhecimento. Como recorte e exercício de fundamentação, situa esse gênero ficcional como fotografia descritiva, buscando na filosofia da fotografia flusseriana elementos que auxiliem no entendimento crítico – que não dicotomiza técnica e estética - dos limites entre conhecimento e ficção. Na ficção científica temas filosóficos que movem seres humanos por milênios, como metafísica, ontologia, ética e política, se somam a uma das características mais cativantes desse gênero literário: o oferecimento de alternativas civilizacionais. Na primeira parte apresentamos os conceitos de tecnoimagem e caixa-preta, relacionando-os ao contexto atual em que o enorme avanço da tecnologia influencia de forma nunca antes vista a ficção audiovisual, criando espaços inéditos para a consubstanciação de ficções em teoria. Na segunda parte apresentamos a diferença entre fantasia e ficção científica traçando um paralelo entre a materialidade implicada no desvelar da caixa-preta e o caminho em que a ficção científica decodifica o conhecimento em ficção para transformar a ficção em conhecimento. Na conclusão sugere algumas questões de perspectiva a serem enfrentadas em investigações que busquem se fundamentar na filosofia da fotografia em Flusser, considerando nossa sociedade tecnocentrada.Downloads
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Referências
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