HANNAH ARENDT – A SINGULARIDADE DOS NOVOS COMEÇOS

AÇÃO, DISCURSO E NARRATIVA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.13102/ideac.v1i49.10297

Resumo

O propósito central deste artigo reside na análise da maneira pela qual um evento totalitário, em sua singularidade assustadora, aniquila a brevidade libertadora e espontânea da ação e do discurso, resultando na consequente anulação da possibilidade narrativa. Nesse contexto, a modernidade, caracterizada pelo entusiasmo diante dos avanços científicos e tecnológicos, é compartilhada por regimes totalitários que almejam suprimir o espaço comum, invalidando a esfera pública, amalgamando indivíduos em um coletivo massificado, cercando-os com um opressivo "cinturão de ferro". Todavia, é importante ressaltar que, mesmo diante do êxito dos regimes totalitários em eliminar a espontaneidade da ação e do discurso, bem como restringir a liberdade de inaugurar novos começos, o ato de contar estórias retém sua relevância. Mesmo considerando a irreversibilidade e inevitabilidade dos eventos passados, a prática de narrar oferece a oportunidade, não apenas de refletir sobre ações pretéritas, mas também de reexaminar o presente e o futuro. Ao fazê-lo, não se direciona a atenção somente aos desfechos previsíveis, mas sim à promessa subjacente de apresentar o mundo comum a novos habitantes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elsio José Corá, Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS

Graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), mestrado em Filosofia pela UFSM e doutorado pela PUCRS, com estágio de doutorado na Università degli Studi di Napoli Federico II. Membro do Grupo de Pesquisa: Ética e Ética Aplicada (UFSM/CNPQ) e Ética e Política (UFFS/CNPQ). Professor Adjunto da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó, SC.

Referências

AGUIAR, Odilio Alves. Pensamento e narração em hannah Arendt. In_ . Hannah Arendt: diálogos, reflexões, memórias / Eduardo Jardim de Moraes, Newton Bignotto, organizadores – Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001. p. 215-226.

ARENDT, Hannah. A dignidade da política: ensaios e conferências. Trad. Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume - Dumará, 1993.

______. A vida do espírito: o Pensar, o Querer, o Julgar. 3. ed. Trad. Antonio Abranches; César Augusto R. de Almeida; Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1995.

. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

. Diário filosófico: 1950-1973. Trad. Raúl Gabás. Barcelona: Herder, 2006.

. Homens em Tempos Sombrios. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

. Compreender. Ensaios; Franz Kafka, uma Reavaliação. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.

______. Entre o passado e o futuro. 6. ed. Trad. Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspectiva, 2011.

. Origens do totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

. A promessa da política. Organização e introdução de Jerome Kohn; Trad. Pedro Jorgensen Jr. 5 ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 2013.

. A condição Humana. Tradução Roberto Taposo; revisão técnica e apresentação Adriano Correia. – 13. Ed. Ver. – [Reimpr.]. – Rio de janeiro: Forense Universitária. 2020.

BRUEHL, Elisabeth, Y.-. “Hannah Arendt’s Storytelling.” Social Research, vol. 44, no. 1, 1977, pp. 183–90. JSTOR, http://www.jstor.org/stable/40970279. Acesso em 20

fev. 2023.

LAFER, Celso. Posfácio Hannah Arendt: vida e obra. In. Homens em Tempos Sombrios. Tradução de Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

MATOS, Olgária Chain Féres. O storyteller e o flâneur – Hannah Arendt e Walter Benjamin. In . Hannah Arendt: diálogos, reflexões, memórias / Eduardo Jardim de Moraes, Newton Bignotto, organizadores – Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2001. p. 90-96.

PORCEL, Beatriz y MARTÍN, Lucas. Vocabulario Arendt / Valerie Gerard ... [et al.]; compilado por Beatriz Porcel; Lucas Martin. _ Ia ed. - Rosario: Homo Sapiens Ediciones, 2016.

Downloads

Publicado

2024-06-10