A FENOMENOLOGIA DA CONSCIÊNCIA INTERNA DO TEMPO DE EDMUND HUSSERL

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DOI:

https://doi.org/10.13102/ideac.v1i49.10556

Resumo

O artigo prioriza, por uma questão de necessidade epistemológica, a análise sobre a primeira fase de investigação sobre o tempo elaborada por Edmund Husserl, sem desconsiderar alguns dos conceitos que surgem em outros períodos, pois esses são fundamentais ao entendimento do tempo fenomenológico. Observamos que Husserl desde o início define como essenciais: (i) a unidade da consciência-tempo [Zeitbewuβtsein], (ii) o seu fluxo constitutivo do tempo, e (iii) as fases constituídas neste fluxo. Porquanto, a protoimpressão, a retenção e a protensão são fases da consciência em que se tem a experiência do objeto imanente. Por conseguinte, temos que a consciência-tempo não possui como correlato os dados imanentes que duram, mas sim as fases que constituem essas unidades. Finalmente, tematizamos a função dos conteúdos sensíveis, pois um relato sobre as sínteses temporais permaneceria incompleto se não explicasse as conexões no nível dos dados hiléticos com os vividos intencionais.

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Biografia do Autor

Isabela Carolina Carneiro de Oliveira, UFMG/Mestre

Mestre em Filosofia Contemporânea pelo Programa de Pós-Graduação da UFMG. Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (Bacharelado, 2017) e graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (Licenciatura, Formação Complementar em Gestão Educacional e Coordenação Pedagógica, 2007). Investiga a consciência-tempo [Zeitbewusstsein] husserliana, com ênfase nas intencionalidades dirigidas aos objetos temporais e quase-temporais, incluindo em sua pesquisa o fluxo constitutivo do tempo e a especificidade da consciência absoluta. É membro colaborador do Círculo de Estudos Husserlianos - UFMA (CEH) e do grupo de pesquisa Origens da filosofia contemporânea - PUC/SP. 

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Publicado

2024-06-10