O IMAGINÁRIO COMO POTÊNCIA EM VILÉM FLUSSER
RELAÇÕES ENTRE ARTE E JOGO NA PÓS-HISTÓRIA
DOI:
https://doi.org/10.13102/ideac.v1i49.11115Resumo
RESUMO: O propósito do artigo é investigar a concepção de imaginário na filosofia de Vilém Flusser e sua relação com a arte. Para tanto, examinamos como o filósofo trabalha outros conceitos relacionados, tais como abstrato e concreto, subjetividade e objetividade, arte e jogo, considerando a relação estabelecida com diferentes suportes e meios. A argumento central do texto explora a ideia de que Flusser concebe o imaginário como potência que codifica e transforma o mundo. Os diversos suportes e tecnologias destacados por Flusser em sua obra operam com o corpo, refletindo diferentes níveis de consciências e modos de imaginar. Aprofundando tal abordagem e considerando o deslocamento de materiais e a objetificação do mundo como o gesto primordial, avançamos em direção ao conceito de pós-história com objetivo de compreender as relações específicas entre o imaginário e os aparelhos neste contexto. Por fim, assinalamos como arte, jogo e tecno-imaginação emergem na filosofia de Flusser enquanto princípios de um tipo de experiência imaginativa que envolve a transformação de sentidos e experiências.
PALAVRAS-CHAVE: Imaginário; Potência; Arte; Jogo.
ABSTRACT: The purpose of the article is to investigate the conception of imaginary in the philosophy of Vilém Flusser. To this end, we examine how the philosopher formulates other related concepts, such as abstract and concrete, subjectivity and objectivity, art and game, considering the relationship with different media. The central argument of the text explore the idea that Flusser conceives the imaginary as a potency that encodes and transforms the world. The several media and technologies highlighted by Flusser in his work operate with body, reflecting different levels of consciousness and modes of imagining. Working with this approach and considering the displacement of materials and the objectification of the world as the primordial gesture, we move towards the concept of post-history with the aim of understanding the specific relationships between imaginary and apparatuses in this context. Finally, we point out how art, game and techno-imagination emerge as principles of a type of imaginative experience that involves the transformation of meanings and experiences.
KEYWORDS: Imaginary; Potency; Art; Game.
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