CRISE ORGÃNICA, HEGEMONIA E REVOLUÇÃO PASSIVA GRAMSCIANA

Autores

  • Maria Socorro Ramos Militão Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.13102/ideac.v1i39.4524

Resumo

Visando compreender os fatores que originaram o Fascismo na Itália e as derrotas do movimento operário na Europa, o filósofo italiano Antonio Gramsci promoveu uma análise microscópica desses fenômenos e das dimensões que eles atingiram no período da Primeira Guerra e no posterior, assim pôs-se a investigar os fatores que se coligaram e caracterizaram a crise, desencadeada por eles. Essas seriam algumas das questões que receberiam a atenção do
autor sardo em sua obra Cadernos do Cárcere, na qual construiria preciosas anotações acerca da crise capitalista que, para ele, não seria apenas uma crise esporádica própria ao sistema, mas uma crise orgânica por ser acompanhada de perda de poder hegemônico. Naquela obra, mostra que a assim chamada crise de hegemonia também desencadeia crises econômicas, políticas, de comando, de autoridade, etc. Por isso, ela deve ser interpretada como um movimento orgânico que se desenvolve em um processo histórico complexo, com sua multiplicidade de componentes e inter-relações em nível global, e não apenas como fenômeno imediato e conjuntural, daí ser provocada por um somatório de questões que se acumularam molecularmente. O autor dos Cadernos aponta como fracasso da política da classe dirigente a imposição do consenso das
grandes massas pela força; a organização política de grandes massas anteriormente passivas e que passam a se movimentar, embora sem uma vontade política precisa; ou ainda porque as forças antagônicas se mostraram incapazes de organizar em seu favor esta desordem. Diante desse quadro é que se apresenta o objetivo deste artigo: explicitar o processo de desenvolvimento da crise orgânica e a inerente perda de hegemonia decorrente dela, e, com efeito, demonstrar a possibilidade de construção da hegemonia dos e para os subalternos. A investigação em âmbito filosófico-político terá como base teórica o legado gramsciano e, como método de orientação da pesquisa, a filosofia da práxis.

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Publicado

2019-09-29

Edição

Seção

Dossiê