Eros e Thanatos em “Tempos Sombrios”: aspectos da teoria pulsional em diálogo com Stefan Zweig e Hannah Arendt
DOI:
https://doi.org/10.13102/cl.v18i1.1630Resumo
O presente artigo reflete sobre aspectos ligados à propensão do homem pela destruição e domínio do outro por meio da violência. Nesse sentido, elencamos reflexões sobre os conceitos psicanalíticos de Eros e Thanatos, além de contribuições do pensamento de Hannah Arendt (1987; 1995; 1997), sobretudo o conceito de “Banalidade do Mal”; O mal concretizado pelo nazismo é monstruosamente banal e burocrático, ao mesmo tempo que eficiente e sistemático, levado a cabo por agentes superficiais (LECHTE, 2002). Buscar-se-á estabelecer um diálogo entre esse arcabouço teórico e três novelas do escritor austríaco Stefan Zweig, ele próprio uma vítima declaradamente pacifista do exílio imposto aos escritores judeus no período da Segunda Guerra: “A coleção invisível” (2015, [1924]), “O Livreiro Mendel” (1999, [1929]) e “Xadrez, uma novela” (2015, [1944]) têm a guerra como pano-de-fundo; O presente trabalho objetiva explorar aspectos da chamada “mitologia psicanalítica”, campo definido por Freud como obscuro. Além do caráter destruidor intrínseco à natureza humana, como postulado nos textos freudianos que abordam a guerra (1916; 1933, [1932]), destacamos o protótipo da pulsão de morte: compulsão à repetição e ao retorno do inorgânico, movimento regressivo de retorno a um estado anterior (ROUDINESCO; PLON, 1998). Ao explorar a teoria das pulsões em seu dualismo Eros/Thanatos, lançamos luzes sobre o que Arendt define como “Tempos sombrios”.
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