O ‘Caminho de Santiago’ e a ‘Via Láctea’: uma análise lexical sobre a denominação de um fenômeno do céu
DOI:
https://doi.org/10.13102/cl.v24i2.9213Palavras-chave:
Dialetologia, Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Tocantins, campo semântico dos Astros e Tempo, Caminho de Santiago, Via LácteaResumo
O conhecimento do sistema astrológico, sua descrição e entendimento, remonta às civilizações antigas, nas quais a sobrevivência dependia da compreensão dos fenômenos que influenciavam o cotidiano, de modo que a abóbada celeste, as estrelas, configuraram significados distintos para cada civilização. Contemporaneamente, a observação e a nomeação dos fenômenos celestes têm ficado relegado às gerações mais antigas, uma vez que os mais jovens estão absortos na era digital, fazendo com que designações de um campo semântico que antes fazia parte da vivência caia em desuso. Nesse contexto, o presente estudo realizou um levantamento lexical das variantes coletadas para o questionamento de número 023: designações para a galáxia, coletadas pelo Atlas Linguístico Topodinâmico e Topoestático do Tocantins (ALiTTETO) (SILVA, 2018), junto a 96 informantes. Como resultados, i) a forma predominante ‘Caminho de Santiago’ rememora a nomeação vinculada ao universo católico, procedente de tradição ibérica e ii) o fator diatópico não foi preponderante nos dados, tendo a variável diageracional fornecido indicativos de que as designações ligadas ao mundo celeste estão em vias de desaparecimento.
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