Distribuição do modo verbal em português brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.13102/cl.v24i2.9643Palavras-chave:
modality, verbal mood, mood distributionResumo
Este trabalho tem como objetivo descrever a distribuição dos modos indicativo e subjuntivo em português brasileiro, em especial em orações subordinadas. Assumimos que a expressão de atitude em relação a uma proposição ordena a seleção de modo (e sua alternância). Nesse sentido, seguimos Farkas (1992), para quem essa distribuição está relacionada ou ao significado lexical do predicado da oração principal ou à leitura contextual da sentença. No primeiro caso, a seleção do subjuntivo é disparada pelo significado imperativo do predicado (KEMPCHINSKY, 2009), assim como pela sequência temporal entre os eventos na sentença (FARKAS, 1992). Depois, o modo indicativo é selecionado pelo comprometimento do sujeito da oração principal com a verdade da proposição. Finalmente, a leitura contextual ocorre nos casos em que a alternância de modo é permitida, fenômeno descrito por diferentes autores em diferentes línguas, também em português (MARQUES, 2004; OLIVEIRA, 2006; MARQUES; OLIVEIRA, 2016, entre outros). Aplicando a proposta formulada por Farkas (1992), o quadro que desenhamos é que a distribuição de modo em português brasileiro segue uma escala que vai da seleção exclusiva pelo modo indicativo (pelos predicados epistêmicos) aos que selecionam apenas o subjuntivo (pelos verbos diretivos). Casos que permitem alternância são principalmente relacionados aos predicados de ficção, factivo-emotivos, de crença e de desejo.
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