O que era ser capitalista na Bahia do século XIX?
Palavras-chave:
Capitalismo, Trajetória, Bahia, Século XIX, RiquezaResumo
O presente artigo objetiva discutir o desenvolvimento das relações capitalistas na Bahia do século XIX. Para isso, discutimos como a aparição e a usabilidade do termo “capitalista” no Brasil oitocentista pode ser uma das chaves para se compreender o amplo processo de inserção do país nas lógicas do capitalismo mundial. Para a realização deste estudo, utilizamos metodologicamente a análise da trajetória e do contexto vivido por Joaquim Pedreira de Cerqueira, residente da vila da Feira de Sant’Anna, coronel da Guarda nacional, rico negociante, proprietário de fazendas no sertão do Camisão, imóveis urbanos e rurais em Feira e hinterlândia, e dono de um engenho de açúcar em Santo Amaro, no Recôncavo baiano. A escolha do sujeito em questão perpassa o nosso acesso a um considerável número de fontes que frequentemente adjetivam o coronel Pedreira como “grande capitalista”, “rico capitalista” ou mesmo “distinto capitalista”. Assim, neste artigo produzimos um estudo de microanálise que contribui para a elucidação do processo de avanço do capitalismo no Brasil.