Por uma morfologia histórico-construcional: primeiras reflexões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.13102/cl.v22i1.5904

Resumo

Delineamos neste artigo algumas reflexões sobre as perspectivas histórica e construcional para os estudos morfológicos, revisitando algumas de suas pautas e apontando possíveis lacunas/déficits que apresentam. A partir de tais apontamentos sinópticos e de tal apreciação crítica preliminar, visando à perquirição de uma ótica mais integradora e holística para se estudar o implexo e interfacial componente morfológico da língua, e no esteio das reflexões desenvolvidas por Soledade (2019; 2018; 2013a), Simões Neto (2017b; 2016b) e Autor (2018, 2016), exporemos um traçado inicial de uma proposta de conjunção entre esses dois prismas de descrição e análise morfológicos, da qual emergiria uma morfologia histórico-construcional, que, por absorver os aspectos mais interessantes de uma e de outra perspectiva, parece ser mais proveitosa para o entendimento e investigação da morfologia, em toda a sua patente complexidade.

Downloads

Métricas

Visualizações em PDF
241
Jul 22 '21Jul 25 '21Jul 28 '21Jul 31 '21Aug 01 '21Aug 04 '21Aug 07 '21Aug 10 '21Aug 13 '21Aug 16 '216.0
| |

Referências

BASILIO, M. M. de P. Abordagem gerativa e abordagem cognitiva na formação de palavras: considerações preliminares. Lingüística, v. 6, n. 2, p. 1-14, dez. 2010. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/rl/article/view/4444. Acessoem: 3 dez. 2019.

BOOIJ, G.; AUDRING, J. Category change in Construction Morphology. In: COUSSÉ, E. et al. (Ed.). Category change from a constructional perspective. Amsterdam; Philadelphia: Benjamins, 2018. p. 209-228.

BOOIJ, G. The construction of words: Introduction and overview. In: BOOIJ, G. (Ed.). The construction of words: advances in Construction Morphology. Berlin: Springer, 2018a. p. 3-18.

BOOIJ, G. Principles of word formation. In: PAGE, R.;PUTNAM, M. (Ed.). The Cambridge Handbook of Germanic Linguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 2018b. p. 229-246.

BOOIJ, G. Inheritance and motivation in Construction Morphology. In: GISBORNE, N.; HIPPISLEY, A. (Ed.). Defaults in morphological theory. Oxford: Oxford University Press, 2017a. p. 18-39.

BOOIJ, G. The construction of words. In: DANCYGIER, B. (Ed.). The Cambridge Handbook of Cognitive Linguistics. Cambridge: Cambridge University Press, 2017b. p. 229-246.

BOOIJ, G. Morphology in Construction Grammar. In: HOFFMANN, T.; TROUSDALE, G. (Eds). The Oxford Handbook of Construction Grammar. Oxford: Oxford University Press, 2013. p. 255- 273.

BOOIJ, G. Inheritance and Construction Morphology. Paper presented at the workshop on ‘Default inheritance’, University of Kentucky, Lexington KY, 21 -22 May 2012a.

BOOIJ, G. Construction morphology, a brief introduction.Morphology, n. 22, p. 343-346, 2012b.

BOOIJ, G. Construction morphology. Oxford: Oxford University Press, 2010a.

BOOIJ, G. Construction morphology.Language and Linguistics Compass, 3/1, p. 1-13, 2010b.

BOOIJ, G. Compounding and derivation: evidence for construction morphology. In: DRESSLER, W. et al. (Org.). Morphology and its demarcations.Amsterdam / Philadelphia: John Benjamins, 2005. p. 109-131.

CÂNDIDO, B. F.; GONÇALVES, C. A.; ALMEIDA, M. L. L. de. De chacretes, ronaldetes e outros -etes: uma análise morfológica e semântica das construções X-ete no português do Brasil. Gragoatá, Niterói, n. 40, p. 197-223, jan./jun. 2016.

CARVALHO, C. de. Para compreender Saussure: fundamentos e visão crítica. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2008.

CASTILHO, A. T. de. Entrevista: funcionalismo(s) e teoria multissistêmica. PROLÍNGUA, João Pessoa, v. 9, n. 2, p. 87-104, 2014. [Entrevista concedida a Camilo Rosa Silva].

CASTILHO, A. T. de.An approach to language as a complex system.In: CASTILHO, A. T. de. (Org.). História do Português de São Paulo. Campinas: Instituto de Estudos da Linguagem, 2009. p. 119-136.

CASTILHO, A. T. de. Abordagem da língua como um sistema complexo. Contribuições para uma nova Linguística Histórica. In: CASTILHO, A. T. deetal.(Org.). Descrição, história e aquisição do português brasileiro. Homenagem a Mary A. Kato. Campinas: Pontes; Fapesp, 2007. p. 329- 360.

CASTRO DA SILVA, C. C. A parassíntese em português: as relações entre cultura, léxico e frequência na linguística cognitiva. 2012. 234 f. Dissertação (Mestrado em Letras) — Faculdade de Letras, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.

FULK, R. D. Morphology and diachrony in A Grammar of Old English and the Dictionary of Old English. Florilegium, v. 26, p. 15-35, 2009. Disponível em: https://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.1006.6613&rep=rep1&type=pdf. Acesso em: 10jan. 2018.

GONÇALVES, C. A. Morfologia construcional: uma introdução. São Paulo: Contexto, 2016.

GONÇALVES, C. A.; ALMEIDA, M. L. Morfologia Construcional: principais ideias, aplicação ao português e extensões necessárias. Alfa, São Paulo, n. 58, v. 1, p. 165-193, 2014.

GONÇALVES, C. A.; ANDRADE, K. E. O estatuto dos constituintes morfológicos e o continuum composição-derivação em português. Cadernos do NEMP, Rio de Janeiro, n. 3, v. 1, p. 7-25, 2012.

IBARRETXE-ANTUÑANO, I.; VALENZUELA, J. (Coord.). Lingüística Cognitiva: origen, principios y tendencias. In: IBARRETXE-ANTUÑANO, I.; VALENZUELA, J. Lingüística Cognitiva. Barcelona: Anthropos, 2016.

LOPES, M. A natureza interfacial da lexicogênese: a formação de palavras e algumas das suas interconexões com a gramaticalização, a filologia e a sintaxe. 2020. [No prelo]

LOPES, M. Compressão lexical: notas sobre um modelo semântico-histórico-construcional para análise de vocábulos derivados. Gragoatá, Niterói, v. 25, n. 52, p. 688-711, 2020. Disponível em: https://periodicos.uff.br/gragoata/article/view/40851. Acesso em: 12 set. 2020.

LOPES, M. Estudo histórico-comparativo da prefixação no galego português e no castelhano arcaicos (séculos XIII a XVI): aspectos morfolexicais, semânticos e etimológicos. 2018. 5v. 2430 f. Tese (Doutorado em Língua e Cultura; Doutoramento em Linguística do Português) — Instituto de Letras/Faculdade de Letras, Universidade Federal da Bahia/Universidade de Coimbra, Salvador/Coimbra, 2018. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/29879. Acesso em: 3 dez. 2019.

LOPES, M. Um olhar semanticocêntrico sobre a prefixação em um documento português doséculo XIV. In: ALMEIDA, A. A.D.; SANTOS, E.S. (Org.). Linguagens e cognição. Salvador: EDUFBA, 2016a. p. 229-259.

LOPES, M. A compressão léxica como perspectiva de análise semântica dos derivados prefixais.

Comunicação no I Seminário Sergipano de Linguística Histórica. Faculdade São Luís de

França, Aracaju, 2016b. [Mimeo].

LOPES, M. A prefixação na primeira fase do português arcaico: descrição e estudo semântico-morfolexical-etimológico do paradigma prefixal da língua portuguesa nos séculos XII, XIII e XIV. 2013. 2v. 943 f. Dissertação (Mestrado em Língua e Cultura) — Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/15537. Acesso em: 13 dez. 2019.

LÜDTKE, J. La formación de palabras en las lenguas románicas: su semántica en diacronía y sincronía. Trad. de Elisabeth Beniers. México, D.F.: El Colegio de México, 2011.

MARTÍN GARCÍA, J.; VARELA, S. La relevancia de la diacronía para la teoría morfológica. In: CAMPO SOUTO, M. et al. (Ed.). Assí como es de suso dicho: estudios de morfología y léxico en homenaje a Jesús Pena. San Millán de la Cogolla: Cilengua, 2012. p. 323-336.

MATTOS E SILVA, R. V. Caminhos da linguística histórica: ouvir o inaudível. São Paulo: Parábola, 2008.

MEGALE, J. F. Alguns “ismos” das Ciências Sociais. Disponível em: https://www.unicead.com.br/areadoaluno/file.php/1/Biblioteca_Virtual/Temas_educacionais/Alguns_ismos_das_Ciencias_Sociais_.pdf. Acesso em: 2 mar. 2018.

MÓDOLO, M. Gramaticalização e semanticização das conjunções correlativas ‘sem cabeça’: o caso do que consecutivo. In: LOBO, T. et al. (Org.). ROSAE: linguística histórica, história das línguas e outras histórias. Salvador: EDUFBA, 2012. p. 441-451. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16749. Acesso em: 9 jun. 2020.

MÓDOLO, M.; BRAGA, H. Uma teoria brasileira do idioma: professor da USP apresenta uma sedutora e abrangente proposta de análise da mudança linguística para o português brasileiro. Língua Portuguesa, São Paulo, v. 78, p. 26-27, 2012.

MORTUREUX, M.-F. La lexicologie: entre langue et discours. Saint-Just-la-Pendue: ArmandColin, 2001.

OLIVEIRA, M.R. de. Gramaticalização de construções como tendência atual dos estudos funcionalistas. Estudos linguísticos, São Paulo, n. 42, v. 1, p. 148-162, jan./abr. 2013.Disponível em: https://revistas.gel.org.br/estudos-linguisticos/article/view/1093. Acesso em: 17 jul. 2020.

PENA, J. Partes de la morfología: las unidades del análisis morfológico. In: BOSQUE, I.; DEMONTE, V. (Org.). Gramática descriptiva de la lengua española. Madrid: Espasa, 1999. p. 4305-4366.

RAINER, F. Sobre polisemia en la formación de palabras. Hesperia, Vigo, n. 13, fascículo 2, p. 7-52, 2010.Disponível em: https://revistas.webs.uvigo.es/index.php/AFH/article/view/587. Acesso em: 20 abr. 2018.

RIO-TORTO, G. Composição, afixação, sintagmação. In: PENA, J. (Ed.). Procesos morfológicos: zonas de interferencia. Santiago de Compostela: Servizo de Publicacións e Intercambio Científico, 2017. p. 11-47. [Anexo 76 da Revista Verba].

RIO-TORTO, G. Léxico, gramática e processamento. In: ALMEIDA, A.; SANTOS, E.; SOLEDADE, J. (Org.). Saberes lexicais: mundos, mentes e usos. Salvador: EDUFBA, 2015. p. 367-394.

RIO-TORTO, G. Formação de palavras em português: aspectos de construção de avaliativos. 1993. 977 f. Tese (Doutorado em Linguística) — Faculdadede Letras, Universidade de Coimbra, Coimbra.

RIO-TORTO, G.; LOPES, M. Fluctuación prefijal en el gallego-portugués y en el castellano medievales. Estudos de Lingüística Galega, Santiago de Compostela, v. 11, p. 103-136, 2019. Disponível em: https://revistas.usc.gal/index.php/elg/article/view/5105. Acesso em: 17 jul. 2020.

RODRIGUES, A. F. S. A gramática do léxico: morfologia derivacional e o léxico mental. München: LINCOM, 2015.

RUMELHART, D. E. Schemata: the building blocks of cognition. In: SPIRO, R. J. et al. (Ed.). Theoretical issues in reading comprehension. Hillsdale: Lawrence Erlbaum, 1980. p. 33-58.

SAUSSURE, F. Curso de lingüística geral. 27.ed. São Paulo: Cultrix, 2004 [1916].

SILVA, A.S.da. Léxico, cognição e contexto: saliência, conceptualização situada e evidência quantitativa. In: ALMEIDA, A.D.; SANTOS, E. S. dos; SOLEDADE, J. (Org.). Saberes lexicais: mundos, mentes e usos. Salvador: EDUFBA, 2015. p. 185-216.

SIMÕES NETO, N. A. Uma aplicação da morfologia construcional para a língua latina: o caso das construções X-ārĭu. Lingüística y Literatura, Medellín, n. 72, p. 30-53, 2017a.Disponível em: https://revistas.udea.edu.co/index.php/lyl/article/view/328864. Acesso em: 17 set. 2020.

SIMÕES NETO, N. A. Morfologia construcional e alguns desafios para a análise de dados históricos da língua portuguesa. Domínios de Lingu@gem, Uberlândia, v. 11, n. 3, p. 468-501, jul./set. 2017b. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/dominiosdelinguagem/article/view/36837. Acesso em: 17 set. 2020.

SIMÕES NETO, N.A.Um enfoque construcional sobre as formas X-eir-: da origem latina ao português arcaico. 2016a. 655 p. Dissertação (Mestrado em Língua e Cultura) – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador. [2 tomos]. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/30404. Acesso em: 2 mar. 2018.

SIMÕES NETO, N. A. Morfologia, morfologias: um diálogo entre morfologia histórica e morfologia construcional a partir das construções X-eir- no português arcaico. In: ALMEIDA, A. A.D.; SANTOS, E. S. (Org.). Linguagens e cognição. Salvador: EDUFBA, 2016b. p. 261-283.

SIMÕES NETO, N. A.; SOLEDADE, J. Um enfoque da morfologia construcional sobre as formações X-ário no português arcaico. Pontos de interrogação, Alagoinhas, v. 4, n. 2, 2015, p. 143-171. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/index.php/pontosdeint/article/view/2692. Acesso em: 2 mar. 2018.

SOLEDADE, J. Esquemas construcionais no português arcaico: um estudo sobre X-ada1, X-ada2, X-ado, X-do,X-da. LaborHistórico, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 41-56, 2020. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/lh/article/view/31294. Acesso em: 26 ago. 2020.

SOLEDADE, J. A morfologia histórica e a morfologia construcional: encontros e desencontros. In: ALMEIDA, A. A. D.; SANTOS, E. S.; SIMÕES NETO, N. A. (Org.). Dez leituras sobre o léxico. Salvador: EDUNEB, 2019. p. 172-202.

SOLEDADE, J. Por uma abordagem cognitiva da morfologia: revisando a morfologia construcional. In: ALMEIDA, A. A.D.; SANTANA, E. (Org.). Linguística Cognitiva: redes de conhecimento d'aquém e d'além mar. Salvador: EDUFBA, 2018. p.225-257. Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28269. Acesso em: 17 jul. 2020.

SOLEDADE, J. Morfologia Histórica. Conferência no I Simpósio Nacional de Morfologia do Português. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017. p. 1-23. [Mimeo].

SOLEDADE, J. Experimentando esquemas: um olhar sobre a polissemia das formações [Xi-EIR-]Nj no português arcaico. Diadorim, Rio de Janeiro, n. especial, p. 83-111, 2013a. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/diadorim/article/view/4008. Acesso em: 8 jun. 2016.

SOLEDADE, J.Princípios de morfologia: de Sônia Borba Costa a Geert Booij. Comunicação na

Mesa-redonda Caminhos da morfologia da língua portuguesa, no PROHPONDO — Encontro

de estudos de língua portuguesa. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2013b. [Mimeo].

SOLEDADE, J.;LOPES, M.; RODRIGUES, L. O legado germânico na antroponímia neológica do português do Brasil. In: CARRILHO, E. et al. (Org.). Estudos Linguísticos e Filológicos oferecidos a Ivo Castro. Lisboa: Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, 2019. p.1417-1445.Disponível em: https://repositorio.ul.pt/handle/10451/39619. Acesso em: 26 ago. 2020.

VIARO, M. E. A produtividade dos sufixos do ponto de vista diacrônico. In: LOBO, T. et al. (Org.). ROSAE: linguística histórica, história das línguas e outras histórias. Salvador: EDUFBA, 2012. p. 275-292.Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/16749. Acesso em: 8jun. 2016.

VIARO, M. E. Etimologia. São Paulo: Contexto, 2011.

VIARO, M. E. Sobre a inclusão do elemento diacrônico na teoria morfológica: uma abordagem epistemológica. Estudos de lingüística galega, n. 2, p. 173-190, 2010. Disponível em: https://revistas.usc.gal/index.php/elg/article/view/1513. Acesso em: 8 jun. 2016.

Downloads

Publicado

2021-07-20

Como Citar

Lopes, M. (2021). Por uma morfologia histórico-construcional: primeiras reflexões. A Cor Das Letras, 22(1), 237–265. https://doi.org/10.13102/cl.v22i1.5904

Edição

Seção

Dossiê: Linguística Histórica: teorias, métodos e resultados. Homenagem a Rosa Virgínia Mattos e Silva