Entre ficção e realidade: os percursos da autoficção biográfica no conto Sensini de Roberto Bolaño
DOI:
https://doi.org/10.13102/cl.v24iEspecial.9346Palavras-chave:
Roberto Bolaño, Sensini, Ficção autobiográfica, América LatinaResumo
A narrativa latino-americana produzida durante a transição do século XX para o século XXI revela, de um lado, o sentimento distópico que povoa o imaginário coletivo da América Latina, em meio às mazelas da colonização que se mantém vivas, ainda no tempo presente. Por outro lado, desloca o texto ficcional de um território distante, aproximando-o do espaço biográfico em que as experiências do próprio autor são processadas. Partindo, portanto, dessa perspectiva, o conto Sensini, de Roberto Bolaño (1953-2003), figura como expressão potente para o arranjo da narrativa de ficção autobiográfica, considerando que os dramas dos personagens se cruzam às idiossincrasias do escritor, de modo que as suas camadas, enquanto sujeito, sejam plasmadas aos fios do discurso ficcional, estabelecendo com o leitor um jogo de perguntas, respostas e representação. Em sendo assim, a partir das contribuições teóricas de Freud (1996), Ricardo Piglia (2000), Walter Benjamin (1994) e Leonor Arfuch (2010), dentre outros, esse estudo se propõe a compreender em que medida o conto de Bolaño se constitui como uma narrativa de ficção autobiográfica, revelando-se como uma escrita de si, do outro e do mundo.
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