Máquina de mo(v)er pátrias e brasílias: Catatau (1975) de Paulo Leminski

Autores

  • Luiz Penido UNIMONTES
  • Paulo Caetano Universidade Estadual de Montes Claros

DOI:

https://doi.org/10.13102/cl.v24i1.9367

Palavras-chave:

Catatau, Cartesianismo, Teoria da informação, teoria cibernética

Resumo

O romance-idéia de Paulo Leminski, Catatau (2012) é, talvez, um dos textos mais excêntricos da nossa literatura. O experimentalismo radical da linguagem, a ausência de encadeamentos narrativos e, em certa medida, seu caráter aparentemente ilegível foram, ao longo de décadas, ora celebrados pela crítica mais vanguardista, ora apontados como fatores de resistência a leituras de maior fôlego. Esse ensaio, ciente das dificuldades reconhecidas desde sua publicação em 1975, opta por pontuar, em um primeiro momento, algumas relações entre os conceitos lógico-matemático cartesianos e o des-cartesanato de Catatau, para, em seguida, discutir suas implicações ético-estéticas. Além do discurso filosófico, fazemos referências à Teoria da Informação da segunda metade do séc. XX e à Teoria Cibernética, esperando colher dali intuições importantes para conjugar os elementos experimentais ao aspectos lógico-matemáticos que compõem a língua dessa obra peculiar. Acreditamos haver um atravessamento ético-estético na perspectiva de uma re-fundação dos arquétipos da nação, o que será analisado em uma terceira parte do ensaio.

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Biografia do Autor

Paulo Caetano, Universidade Estadual de Montes Claros

Professor de Literatura na Unimontes. Atua na graduação e no mestrado profissional. Doutor em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela UFMG (2015), mestre em Teoria e História Literária pela Unicamp (2011).

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Publicado

2023-07-18

Como Citar

Penido, L., & Caetano, P. (2023). Máquina de mo(v)er pátrias e brasílias: Catatau (1975) de Paulo Leminski. A Cor Das Letras, 24(Especial), 173–183. https://doi.org/10.13102/cl.v24i1.9367

Edição

Seção

Dossiê - Ressignificações do passado da América: vias para a descolonização e o pensamento decolonial na literatura e na tradução literária